A tradução deste artigo se encontra no final da versão em inglês
My new favorite spot on the Island is the Martha’s Vineyard Regional High School. Every time I visit MVRHS, I leave feeling replenished and inspired by the kids I meet. Jane McGroarty Sampaio invited me to participate in some of her Portuguese classes last week, and I had so much fun getting to know her students. I asked challenging questions, and we discussed politics, how voting works in both countries and how much it matters, the importance of educating ourselves when voting and our responsibilities, being a woman in the U.S. versus Brazil, why we choose to live in the U.S., how they honor their parents’ sacrifice to seek a better future for them by moving to another country, and what is their responsibility to their home country, Brazil, and their adopted country, the United States.
They wrote essays in Portuguese addressing these topics. Most of the students don’t write or speak Portuguese unless they have to; many feel that they express themselves better in English. Some of them were American students taking Portuguese for the first time, and they shared the reasons they chose to learn Portuguese; the answers varied — environment, friends, family, the future. Those essays are among my favorite mementos I have from being the Brazilian columnist for the Times.
In Brazil, at the beginning of the month, two dams ruptured in the village of Bento Rodrigues in Minas Gerais state, located in the southern part of the country. The damage caused by the two failed dams, Fundão and Santarém, contained mineral subproduct, and it is potentially toxic. The catastrophe has affected residents of two states, Minas Gerais and Espirito Santo, leaving most of the residents of the area without shelter and water, and at least 17 dead, including a 5-year-old girl; many individuals are still missing. Although the Brazilian government has promised its citizens to hold the mining companies accountable for the environmental disaster and the personal tragedies, Brazilians, including Brazilian Islanders, fear that this crime will, as so many have, go unpunished. Many Brazilian Islanders are from the states affected by the disaster, and continue to demonstrate concern about the situation that their families and friends are facing.
I have been struggling to articulate the emotional pain I feel for the families in Brazil, Beirut, France, and the refugees seeking asylum from atrocious brutality in their home countries. On Saturday, I read a poem that describes how I believe most of us feel about all the tragedies that have happened in these past weeks all over the world. It is by the Kenyan-born Somali poet Warsan Shire.
Later that night
I held an atlas in my lap
ran my fingers across the
whole world
and whispered
where does it hurt?
It answered
everywhere
everywhere
everywhere
Last Thursday, Geraldo Ferreira died due to heart failure. Gerry was known to his friends as “Perereca,” which translates to “Little Frog.” Sadly, his father, José Ferreira died of old age at 88 years old in Brazil on the same day. Neither knew that the other had died.
Gerry was known to light up any room he entered with his bright spirit and constant smile. He was also one of most hardworking Brazilians that many business owners in Oak Bluffs say they had ever met. During the summer months, he would at times hold eight jobs and work from 5 am to midnight most days, at the Washashore Laundromat and various Oak Bluffs restaurants. A service in his memory will happen soon.
Brazil doesn’t have a national holiday such as Thanksgiving, so for the month of November, my English students’ assignment is to write daily gratitude lists and send them to me. It is my effort to encourage them to practice English in writing as well as to acquire new vocabulary. I always say that we Brazilians are professional complainers, and that although the Brazilian spirit is so resilient, our culture is not conditioned to appreciate our many blessings despite the difficulties that we inevitably encounter every day. I am a firm believer that there is always something to be grateful for; we just have to cultivate the habit. These lists have been the highlight of my days, and it’s so interesting to watch my students’ perspective change and how, no matter where you come from, gratitude binds us all and fuels our spirit and hope for better days.
This Thursday, Nov. 20, from 5 to 7 pm, the Martha’s Vineyard Regional High School Culinary Arts Program members will serve feijoada, a traditional Brazilian stew of beans with the best parts of beef and pork, in the culinary arts room at the school. All proceeds will go to the MVRHS Portuguese Club as they attempt to raise enough money to put on their first Festa Junina on-Island in June; $10 per plate.
There are many ways to help Brazilian citizens suffering the biggest environmental, ecological, and economic tragedy of Brazil’s history, and donations will help these citizens rebuild Bento Rodrigues, Minas Gerais. Here is one of the websites that, although it is in Portuguese, is accepting online donations: juntos.com.vc/pt/bentorodrigues.
Portuguese Translation- Tradução em português
O meu mais novo lugar favorito na ilha é a Martha’s Vineyard Regional High School. Todas às vezes que visito a escola, eu retorno inspirada pelos jovens que conheço e reabastecida com idéias. Jane McGroarty Sampaio me convidou para participar de algumas de suas aulas na semana passada, e eu me diverti muito com os alunos das turmas dela. Eu fiz perguntas complexas, e nós discutimos política, como o ato de votar funciona no Brasil e Estados Unidos e o quanto é importante, assim como a importância de nos educarmos quando votamos e nossas responsabilidades, como é ser mulher nos Estados Unidos e no Brasil, porque escolhemos morar neste pais, como que eles honram o sacrifício de seus pais que buscam um futuro melhor para eles, e quais são as responsabilidades que eles carregam para o país nativo, Brasil, e o país adotado, Estados Unidos.
Eles escreveram redações em português referentes a estes tópicos. A maioria dos alunos preferem escrever ou conversar em inglês, já que muitos sentem que se expressam melhor em inglês. Alguns eram estudantes americanos aprendendo português pela primeira vez, e eles compartilharam as razões pelas quais decidiram aprender português; as respostas foram bem abrangentes – o meio o qual vivem, amigos, família, o futuro. Esses redações ficarão entre as minhas lembranças favoritas desde que comecei a escrever à coluna brasileira para o jornal MVTimes.
No Brasil, no começo do mês, duas barragens se romperam no vilarejo de Bento Rodrigues no estado de Minas Gerais, localizado na parte sudeste do Brasil. Os estragos causados pelo rompimento das barragens, Fundão e Santaré, continham lama resultante do rejeito da produção de minério, que pode ser potencialmente tóxica. A catástrofe afetou residentes em dois estados, Minas Gerais e Espírito Santo, deixando muitos residentes da área sem abrigo e água, com ao menos 17 mortos, incluindo uma menina de cinco anos, e muitos indivíduos ainda estão desaparecidos. Apesar de o governo brasileiro ter prometido aos seus cidadãos que irão punir os responsáveis pela tragédias pessoais, assim como as consequências ambientais, brasileiros, incluindo os que residem na ilha, temem que não haverá justiça para este crime, assim como tantos outros. Muitos brasileiros da ilha são dos estados afetados e continuam demostrando preocupação sobre a situação que seus familiares e amigos enfrentam.
Eu tenho procurado palavras que articulem a dor emotional que sinto pelas família no Brasil, em Beirut, França, e os refugiados buscando asilo das brutalidades atrozes em seus países nativos. No sábado, eu li um poema que descreve como eu acredito que muitos de nós nos sentimos a respeito das tragédias que ocorreram nestas últimas semanas por todo o mundo. O poema é de autoria da poeta queniana nascida na Somália, Waesan Shire, e a tradução livre do poema seria:
No cair da noite
eu segurava em meu colo um atlas
no qual meus dedos traçaram
o mundo todo
e suspirei
Onde doí?
A resposta
em todos os lugares
em todos os lugares
em todos os lugares
Na quinta-feira da semana passada, Geraldo Ferreira faleceu devido a uma insuficiência cardíaca. Gerry era conhecido por seus amigos como Perereca. Tristemente, seu pai, José Ferreira faleceu devido à idade, 88 anos no mesmo dia. Nenhum dos dois soube da morte do outro.
Perereca iluminava qualquer ambiente em que chegava com seu espírito radiante e sorriso constante. Ele era também um dos brasileiros mais trabalhadores que muitos donos de negócios em Oak bluffs conheciam. Durante os meses de verão, ele chegou a ter oito empregos e trabalhava das 5 da manhã até meia noite quase todos os dias, na lavanderia Washashore e em diversos restaurantes em Oak Bluffs. Uma cerimônia para honrar a memória de Perereca acontecerá em breve.
O Brasil não celebra um feriado nacional como o Thanksgiving, portanto para o mês de novembro, a lição de casa diária para os meus alunos de língua inglesa foi de escrever listas de gratidão e enviá-las a mim todos os dias. Uma forma de honra o que o Thanksgiving celebra (gratidão), assim como uma forma encorajadora de escrever em inglês e adquirir vocabulário. Eu sempre digo que brasileiros são profissionais quando o assunto é reclamar, e que, apesar do espírito do povo brasileiro ser resiliente, a nossa cultura não é acostumada ou talvez ensinada a apreciar as nossas benções continuamente ,apesar das dificuldades que inevitavelmente enfrentamos todos os dias. Eu acredito piamente que sempre há algo para agradecer, apenas temos que cultivar o hábito. Estas listas têm sido o ponto alto dos meus dias, e é muito interessante observar a perspectiva dos alunos mudando sobre o tema gratidão, e como não importa de onde somos, a gratidão nos une e fornece combustível para o nosso espírito e esperança para dias melhores.
Nesta sexta-feira, dia 20 de novembro, das 5 às 7 da noite, a Martha’s Vineyard Regional High School, na sala do programa de culinária, servirá uma feijoada tradicional e requintada. As doações favorecerão o Clube de Português, pois eles estão arrecadando fundos para a organização da primeira festa Junina da escola na ilha. O valor do prato por pessoa é $10.
Existem diversas formas de ajudar os cidadãos brasileiros sofrendo a maior tragédia ecológica, econômica e ambiental da história do Brasil, e doações irão ajudar estes cidadãos a reconstruir Bento Rodrigues, Minas gerais. Aqui está um site que está aceitando doações: juntos.com.vc/pt/bentorodrigues.