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Dilma Rousseff faces impeachment.

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Dilma and her predecessor Luiz Inácio Lula da Silva - Courtesy of Wikimedia

A tradução deste artigo se encontra no final da versão em inglês.

This past Sunday, April 17, after 43 hours of debate and 10 hours of voting and speeches, 367 votes were cast for impeachment and 146 were cast against it, and the Brazilian Chamber of Deputies seemed to have sealed the fate of the country’s first elected woman president, Dilma Rousseff.

States such as São Paulo, Minas Gerais (where most Brazilian Islanders come from), Rio de Janeiro and Paraná were the states with the highest numbers of deputies for the impeachment. Should the opposition succeed, this will be Brazil’s second impeachment.

The deputies that favor the impeachment cited God, the constitution, their families, and the country’s future to justify their votes. However, the one speech that caused social media furor came from Jair Bolsonaro, a deputy from Rio de Janeiro, who during his speech in favor of Dilma Rousseff’s impeachment dedicated his vote to dictatorship General Carlos Alberto Brilhante Ustra, who had physically tortured the current president — as well as 502 other Brazilian citizens fighting for democracy — during the period in which the Brazilian Center of Internal Defense Operation was under his command. Some deemed it inappropriate that Deputy Bolsonaro would elicit the dictatorship general while he was voting to help decide the future of the nation.

The first impeachment happened 24 years ago; it was Fernando Collor de Mello, the first president directly elected by the people after more than two decades of military government. Ironically, in 1989 Collor defeated Luiz Inácio Lula da Silva, Rousseff’s predecessor, who is accused of the same political scandals that Rousseff faces. Collor, who was accused of condoning an influence-peddling scheme run by his campaign treasurer, ultimately resigned, while Dilma Rousseff said she will fight until the very end and that the decision reached on Sunday by the Chamber of Deputies will not defeat nor define her.

International newspapers were quick to announce the impeachment process. Newspapers such as the New York Times, the Guardian, the Washington Post, and Le Monde highlighted Rousseff’s lack of political ability and her involvement in the Petrobras scandal. But this was just the latest in a string of controversial events involving Brazil throughout Rousseff’s tenure in office: the FIFA scandal, World Cup renovations, Zika virus, Olympic Games, political scandals, and a tanked economy. And last week the Brazilian Intelligence Agency, ABIN, confirmed that Twitter threats by the Islamic State toward Brazil, made after the Paris terrorist attacks, are authentic. Brazilians cannot seem to catch a break.

Dilma Rousseff is part of the Workers’ Party, the left-wing group that has been in power for the past 13 years; her predecessor Lula served an eight-year term, and Rousseff is in her second term in office. Many of her former supporters accuse the Workers’ Party of becoming an elite party, and feel that she has distanced herself from the population, from social movements, and from what needs to happen in order to promote the country’s financial prosperity. But while many Brazilians are for the impeachment, others are protesting that the politicians advocating the impeachment are equally corrupt and have their own agenda.

The impeachment process is now in the hands of the Senate, where a majority vote will determine whether Dilma Rousseff will be put on trial and suspended while Vice President Michel Temer will temporarily take over. The exact date of the Senate vote is not yet known, but it’s expected to happen by the middle of May. Michel Temer, the Vice President, is also entangled in the Lava Jato investigation — a corruption scheme centered on Petrobras, Brazil’s largest oil company. He too could potentially face impeachment proceedings. The second in line to replace Dilma Rousseff is Chamber of Deputies Speaker Eduardo Cunha, who was the driving force behind the impeachment proceedings. He has also been charged with taking $5 million in bribes in the Petrobras scheme.

U.S. Immigration

This Monday, April 18, the eight Supreme Court justices began to hear oral arguments in a challenge brought by 26 states, led by Texas, to President Obama’s effort through executive action to give undocumented immigrants legal work permits and protection from deportation.

The program was introduced in November 2014, and is called Deferred Action for Parents of Americans and Lawful Permanent Residents, or DAPA.The program intends to allow as many as 5 million undocumented immigrants, who are the parents of citizens or of lawful permanent residents, to apply for a program that could shield them from deportation while providing them with the opportunity to come out of the shadows and actively contribute to our society. Many Brazilian Islanders are among the more than 5 million undocumented immigrants whose lives could be transformed by the Supreme Court decision.

While Brazilian Islanders await the result, many young Brazilian Islanders who call Martha’s Vineyard home have already benefited from President Obama’s executive action known as Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), implemented in 2012, a change in federal policy that opened up new opportunities in their adopted country, as reported in the MV Times story “Dreams realized, not deferred” on July 1, 2015 (http://bit.ly/mvtdreams).

Should the Supreme Court uphold President Obama’s actions, his administration has promised to move quickly to set up the program and begin to enroll immigrants before his successor takes over early next year.

Portuguese translation- Tradução em português

Neste último domingo, dia 17 de abril, após quarenta e três horas de debates e dez horas de votação e discursos, 367 votos foram dados a favor do impeachment e 146 foram contra, e a câmara dos deputados parece ter selado o destino da primeira brasileira a se tornar presidente, Dilma Rousseff.

Estados como São Paulo, Minas Gerais (o estado de origem de muitos brasileiros residentes da ilha), Rio de Janeiro e Paraná foram os estados com os maiores números de deputados que votaram a favor do impeachment. Se a oposição obter o resultado almejado, Dilma fora do Planalto, este será o segundo impeachment realizado no Brasil.

Os deputados a favor do impeachment evocaram a Deus, à constituição, suas famílias, e o futuro do país para justificarem seus votos. De qualquer forma, um dos discursos que mais causou furor nas redes sociais foi o do deputado do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro, o qual durante seu discurso a favor do impeachment dedicou seu voto ao general da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra, o qual fisicamente torturou a atual presidente – assim como 502 outros cidadãos brasileiros que lutaram pela democracia durante o período o qual o Centro de Operações de Defesa Interna esteve sobre o seu comando. Muitos consideraram inadequada a citação do general da ditadura pelo deputado durante seu voto que ajudaria a decidir o futuro da nação.

O primeiro impeachment ocorreu a vinte e quatro anos atrás, e foi Fernando Color de Mello, o primeiro presidente eleito democraticamente pelos cidadãos brasileiros após duas décadas de governo militar. Ironicamente, em 1989 Color ganhou as eleições sobre Luiz Inácio Lula da Silva, o antecessor de Dilma Rousseff, o qual está sendo acusado dos mesmos escândalos políticos que Dilma atualmente está envolvida. Color, o qual foi acusado de tolerar um esquema de tráfico de influência dirigida por seu tesoureiro de campanha, acabou renunciando, enquanto Dilma Rousseff garante que irá lutar até o fim e que a decisão da câmara de deputados no domingo não irá defini-la, nem à derrotar.

Jornais internacionais cobriram o processo de impeachment contra Dilma. Os jornais The New York Times, The Guardian, Washigton Post, e Le Monde escreveram sobre a falta de habilidade política de Dilma, assim como seu envolvimento no escândalo da Petrobras, porém esta foi apenas a última em uma série de manchetes envolvendo o governo de Dilma: o escândalo da Fifa, renovações para a copa do mundo, Zika vírus, os jogos olímpicos, escândalos políticos e uma economia fracassada. E para completar a lista, a Agência de Inteligência Brasileira, ABIN, confirmou que as ameaças feitas através do Twitter pelo estado islâmico ao Brasil, são autênticas. Parece que os brasileiros não conseguem ter um momento de descanso.

Dilma Rousseff faz parte do Partido Trabalhista, um grupo da esquerda, o qual está no poder há treze anos; seu antecessor Lula serviu um mandato de oito anos, e Dilma está em seu segundo termo. Muitos brasileiros que a apoiavam, acusam o partido de ter se tornado elite, e eles sentem que a presidente se afastou da população, dos movimentos sociais e do que precisa ser feito para que o país possa promover a prosperidade da economia brasileira. Porém enquanto muitos protestam a favor do impeachment, outro protestam contra na premissa de que muitos dos políticos promovendo o impeachment são tão corruptos quanto a Dilma, e têm sua própria agenda de poder.

O processo de impeachment agora se encontra nas mãos do Senado, onde a maioria dos votos determinará se Dilma será posta em julgamento e suspendida, enquanto o vice-presidente Michel Temer temporariamente ocupará o cargo da presidência. A data exata na qual o Senado votará ainda não foi determinada, porém é esperado que ocorra em meados de maio. Michel Temer, o vice-presidente, também esta enredado na investigação Lava Jato – um esquema de corrupção centrado na Petrobras, a maior companhia de petróleo do Brasil. Ele também pode potencialmente enfrentar um processo de impeachment. O segundo na linha para substituir Dilma Rouseff é o Eduardo Cunha, presidente da câmara dos deputados, o qual é considerado o cabeça chave por trás do impeachment de Dilma Rousseff. Cunha também foi convicto por receber $5 milhões em suborno no escândalo da Petrobras.

Imigração EUA

Nesta Segunda, dia 18 de abril, oito juízes da suprema corte começaram a ouvir argumentos orais contra e a favor da ordem executiva de Obama, contestada por vinte e seis estados, liderado pelo Texas.  A ordem executiva protegeria determinados imigrantes indocumentados de deportação assim como lhes concederia permissão de trabalho.

O programa foi introduzido em Novembro de 2014, e é chamado Ação Diferida para os Pais de Americanos e Residentes Permanentes pela Lei, ou DAPA (sigla em inglês). A intenção do programa é de permitir mais de cinco milhões de imigrantes indocumentados, que são pais de cidadãos americanos ou de residentes permanentes reconhecidos pela lei americana, de aplicarem para o programa que os protegeria de deportação e os concedendo a oportunidade de sair das sombras e ativamente contribuir para à sociedade americana. Muitos brasileiros residentes da ilha estão entre os cinco milhões de imigrantes indocumentados, os quais teriam suas vidas completamente transformadas pela decisão da Corte Suprema.

Enquanto os brasileiros residentes da ilha aguardam o resultado, muitos outros jovens brasileiros também residentes da ilha já se beneficiaram de uma outra ordem executiva de Obama, conhecida como Ação Deferida para os Chegados na Infância (Deferred Action for Childhood Arrivals – DACA), implementada em 2012, uma mudança na apólice federal que abriu novas oportunidades na ] pátria adotiva destes jovens, como foi escrito em outra reportagem pelo MV Times: Sonhos realizados, não deferidos.

Caso a corte suprema libere à ação de Obama, sua administração prometeu mover o programa rapidamente e dar início ao cadastro dos imigrantes antes que seu sucessor comece seu mandato no início do ano que vem.