A versão em português deste texto se encontra no final da versão em inglês.
Not so long ago, every Massachusetts resident debated whether hosting the Olympic Games would be advantageous for Boston, and with the Olympic Games fast approaching (August 5), many Brazilians find themselves wondering if the decision to host the Olympics was a wise one, and if it will bring any advantages to Brazil.
Many countries have the desire to host a major sporting event such as the World Cup or the Olympic Games. However, that dream must include great strategies which will involve the public sector, and partnerships in various areas, so that the dream doesn’t quickly turn into a nightmare with high costs that will drag on for years, affecting public accounts and reducing the country’s ability to make future investments in the leading sectors.
Currently, this is the dilemma that Brazilians are facing. Seven weeks before the opening ceremony of the Olympics, the governor of Rio de Janeiro declared a state of financial emergency. Brazil’s president is facing impeachment proceedings; the country is in the middle of its worst economic recession; many athletes, fearing the Zika virus, have abstained from participating in the Games, and just last week members of a Brazilian group which had proclaimed allegiance to ISIS and was planning a terrorist attack during the Olympic Games were apprehended. It is almost as if we are going through a torrential storm, and from here on, things will have to eventually start to look better because they cannot possibly get any worse.
Many Brazilians in Brazil and those on-Island had hoped, instead of spending money building stadiums and facilities that might be used only once for the World Cup in 2014 or the Olympic Games in 2016, that the money be allocated to issues that would have bettered the lives of all Brazilians — important matters such as education, infrastructure, and public health, subjects that can no longer be ignored.
Nevertheless, despite all this, during the Olympic Games, whenever Brazil is competing, Brazilian Islanders will fervently cheer for their country, they will get goosebumps when the national anthem plays, and some will even shed some tears, and if Brazil is competing against the United States, some Brazilian Islanders, myself included, will feel their loyalties contested.
One of the characteristics of the Brazilian spirit and essence is that we will always strive to concentrate on the positive; we have no other option, given our history. We defend our country the way we defend our family members: We are aware of its flaws, but we trust that in the end, it will all work out. We can certainly hope that something good might possibly come out of all of this; who knows, maybe Brazil will find redemption, even if briefly.
New, old Brazilian restaurant
The Brazilian restaurant Tropical, located at 13 Beach Street in Vineyard Haven, is once again open for business. The restaurant’s hours are Monday through Saturday, 10 am to 8:30 pm, and Sundays from 10:30 am to 5:30 pm. The owners hired a new chef, Eudineia Da Silva, who is a specialist in food from Minas Gerais, the central area in Brazil, and the area most Brazilian Islanders come from. The owners, Joelson and Chirliani Cardoso, would like to invite all members of the Island community to celebrate with them the reopening of their business.
Libraries are the best
In the last Saudade column, I mentioned that the Oak Bluffs library would host its first bilingual program. I went to the library to participate in the event, and met Laura Lannes, a Brazilian native from Rio de Janeiro and a Brooklyn resident, who was the Brazilian illustrator participating in the project. It was so nice to discuss future possibilities, Laura’s experience with both cultures, her impressions of the Island, and her desire to come back.
Thank you so much to the Oak Bluffs library’s staff, among many other Island organizations, for continuing to support and welcome the Brazilian community on Martha’s Vineyard. We truly appreciate your efforts.
Portuguese translation – Tradução em português
Há não muito tempo atrás, todos os residentes de Massachusetts debatiam se sediar os Jogos Olímpicos seria vantajoso para Boston, e com os Jogos Olímpicos se aproximando (05 de agosto), muitos brasileiros se pegam perguntando se a decisão de sediar os Jogos Olímpicos foi uma decisão sábia, e se sediar os jogos olímpicos trazerá quaisquer vantagens para o Brasil.
Muitos países têm o desejo de sediar grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos. No entanto, esse sonho deve incluir estratégias que envolvem o setor público e parcerias em diversas áreas, para que o sonho não se transforme em um pesadelo com custos elevados que irão se arrastar por anos, afetando as contas públicas e reduzir as habilidades do país de fazer investimentos futuros em diversos outros setores líderes.
Atualmente, esse é o dilema que os brasileiros estão enfrentando. Há sete semanas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, o governador do Rio de Janeiro declarou estado de emergência financeira; a presidente do Brasil está enfrentando um processo de impeachment; o país está no meio de sua pior recessão econômica; muitos atletas, temendo o vírus Zika, se abstiveram de participar dos Jogos, e semana passada membros de um grupo brasileiro, que havia proclamado fidelidade ao ISIS, e estavam planejando um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos foram apreendidos. É quase como se estivéssemos passando por uma tempestade torrencial, e daqui em diante, as coisas terão que, eventualmente, começar a melhorar, porque pior do que isso não pode ficar.
Muitos brasileiros no Brasil e aqueles que moram na Ilha esperavam, que ao invés de gastar na construção de estádios e facilidades que seriam utilizados apenas uma vez para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que o dinheiro fosse alocado à questões que teriam melhorado a vida de todos os brasileiros – questões importantes como a educação, infra-estrutura e saúde pública, temas que não podem continuar a serem ignorados.
No entanto, apesar de tudo isso, durante os Jogos Olímpicos, sempre que o Brasil estiver competindo, os brasileiros da ilha irão torcer fervorosamente por seu país, eles ficarão arrepiados quando o hino nacional tocar, e alguns poderão até mesmo sorrateiramente derrubar algumas lágrimas, e se o Brasil competir contra o Estados Unidos, alguns dos brasileiros moradores da ilha, inclusive eu, poderão sentir a sua lealdade contestada.
Uma das características do espírito brasileiro, assim como a essência brasileira é que nós sempre nos esforçaremos para nos concentrarmos no positivo; não temos outra opção, dada a nossa história. Nós defendemos o nosso país da mesma forma que defendemos os membros da nossa família: estamos conscientes de suas falhas, mas nós confiamos que, no final, tudo vai dar certo. Nós certamente podemos apenas esperar que algo de bom poderá, eventualmente, sair de toda essa confusão; e quem sabe não é? Talvez o Brasil encontre redenção, mesmo que brevemente.
Novo, velho restaurante brasileiro
O restaurante brasileiro Tropical, localizado no número 13 da rua Beach Street em Vineyard Haven, está novamente aberto para negócios. As horas de funcionamento do restaurante são de segunda a sábado, das 10 da manhã às 20:30 da noite, e domingos das 10:30 da manhã às 17:30 da tarde. Os proprietários contrataram uma nova chef de cozinha, Eudinéia Da Silva, que é uma especialista em alimentos provenientes de Minas Gerais, a área central do Brasil, e a área da qual um grande número de brasileiros imigram para esta região. Os proprietários, Joelson e Chirliani Cardoso, gostariam de convidar todos os membros da comunidade da ilha para celebrar com eles a reabertura do seu negócio.
As bibliotecas são as melhores comunidades do mundo
Na última coluna, eu mencionei que a biblioteca de Oak Bluffs iria receber seu primeiro programa bilíngue. Fui até a biblioteca para participar do evento, e conheci Laura Lannes, uma nativa do Rio de Janeiro e residente de Brooklyn, que foi a ilustradora brasileira participando do projeto. Foi tão bom poder discutir as possibilidades futuras, a experiência de Laura com ambas as culturas, suas impressões da ilha, e seu desejo de voltar.
Muito obrigada ao pessoal da biblioteca de Oak Bluffs, entre muitas outras organizações da ilha, por continuar a apoiar e acolher a comunidade brasileira em Martha’s Vineyard. Nós realmente apreciamos seus esforços.